Este artigo faz parte de um documento técnico de 1987 do Clube Atlético de Queluz, é um dos meus preferidos e por isso resolvi partilhar com toda a gente que visita o blog.
"São sempre necessários mais do que cinco jogadores para fazer de uma equipa campeã. Os chamados ao cinco inicial podem vencer determinado jogo, mas são necessários todos os jogadores da equipa para levar a equipa até à vitória final do campeonato. A equipa é realmente como um Iceberg. Nós olhamos para os cinco que começam, mas por trás de todos está aquela grande base, o resto da equipa.
Eles são a parte da equipa que edifica o carácter de um campeão. Quanto mais dedicados forem os homens do banco, quanto mais eles trabalharem, mais eles empurram e fortalecem os cinco que começam, mais elevam o Iceberg para a zona da água, e quanto mais ele se eleva, mais fortalece a equipa.
Se ele desiste, não se entrega na totalidade, ou se acomoda à sua situação, vai corroendo esta grande base e corrói-se o espírito de equipa. Ele contribui para os erros em jogos que se resolvem por um ponto, por parte dos erros que se cometem naqueles fatídicos minutos com o grande rival, ele contribui para o esforço necessário para recuperar os dez pontos de atraso em certos jogos do campeonato. E no entanto, estes jogadores de banco têm de estar ali – OLHANDO, ESPERANDO, COM ESPERANÇA, AGONIZANTES por vezes – pela oportunidade de usarem a sua capacidade específica para melhorar o esforço da EQUIPA, para tornar mais forte a base desse Iceberg – Para ajudar a construir a força de carácter da equipa. SIM, AGONIZANDO, porque ele sabe que há sempre uma hipótese de não ser chamado por não ser o jogador indicado para quebrar uma pressão defensiva, ou também sabe que pode ser o grande homem chamado a substituir o grande jogador que está dentro do campo mas hoje não consegue ajudar a equipa.
Ele não deve sentir-se magoado, mas tem que trabalhar duas vezes mais intensamente que os outros, para poder estar física e tecnicamente apto para jogar em qualquer partida. Por ser ele o homem do banco, que demonstra aos espectadores que a equipa tem espírito.
Mas mais importante, deve ser todo o BANCO a dar o apoio que o jogador precisa quando no calor do jogo, quando nos sentimos magoados, sem respiração, a arder por dentro, a dar aquele empurrão, aquele entusiasmo, aquele apoio e o amor necessário para se fazer uma grande partida e virar o jogo para uma vitória de TODA A EQUIPA.
Quando acabar o jogo, terminar a época e todos os adeptos e a imprensa falarem do topo do Iceberg, as estrelas e os heróis, os jogadores saberão dizer que o grande vencedor foi a EQUIPA, todo o Iceberg, em especial a base – os HOMENS DO BANCO – que fizeram o carácter, construíram o seu espírito na alegria da vitória, no amargo da derrota, no sofrimento, no esforço dos companheiros, treinadores e dirigentes, levando a Equipa a vencer todos os obstáculos.”
Espero que tenham gostado, pois é uma boa mensagem.
Obrigada a todas as atletas que sentem na pele o que é estar no banco e mesmo assim, não desistem de lutar.
"São sempre necessários mais do que cinco jogadores para fazer de uma equipa campeã. Os chamados ao cinco inicial podem vencer determinado jogo, mas são necessários todos os jogadores da equipa para levar a equipa até à vitória final do campeonato. A equipa é realmente como um Iceberg. Nós olhamos para os cinco que começam, mas por trás de todos está aquela grande base, o resto da equipa.
Eles são a parte da equipa que edifica o carácter de um campeão. Quanto mais dedicados forem os homens do banco, quanto mais eles trabalharem, mais eles empurram e fortalecem os cinco que começam, mais elevam o Iceberg para a zona da água, e quanto mais ele se eleva, mais fortalece a equipa.
Se ele desiste, não se entrega na totalidade, ou se acomoda à sua situação, vai corroendo esta grande base e corrói-se o espírito de equipa. Ele contribui para os erros em jogos que se resolvem por um ponto, por parte dos erros que se cometem naqueles fatídicos minutos com o grande rival, ele contribui para o esforço necessário para recuperar os dez pontos de atraso em certos jogos do campeonato. E no entanto, estes jogadores de banco têm de estar ali – OLHANDO, ESPERANDO, COM ESPERANÇA, AGONIZANTES por vezes – pela oportunidade de usarem a sua capacidade específica para melhorar o esforço da EQUIPA, para tornar mais forte a base desse Iceberg – Para ajudar a construir a força de carácter da equipa. SIM, AGONIZANDO, porque ele sabe que há sempre uma hipótese de não ser chamado por não ser o jogador indicado para quebrar uma pressão defensiva, ou também sabe que pode ser o grande homem chamado a substituir o grande jogador que está dentro do campo mas hoje não consegue ajudar a equipa.
Ele não deve sentir-se magoado, mas tem que trabalhar duas vezes mais intensamente que os outros, para poder estar física e tecnicamente apto para jogar em qualquer partida. Por ser ele o homem do banco, que demonstra aos espectadores que a equipa tem espírito.
Mas mais importante, deve ser todo o BANCO a dar o apoio que o jogador precisa quando no calor do jogo, quando nos sentimos magoados, sem respiração, a arder por dentro, a dar aquele empurrão, aquele entusiasmo, aquele apoio e o amor necessário para se fazer uma grande partida e virar o jogo para uma vitória de TODA A EQUIPA.
Quando acabar o jogo, terminar a época e todos os adeptos e a imprensa falarem do topo do Iceberg, as estrelas e os heróis, os jogadores saberão dizer que o grande vencedor foi a EQUIPA, todo o Iceberg, em especial a base – os HOMENS DO BANCO – que fizeram o carácter, construíram o seu espírito na alegria da vitória, no amargo da derrota, no sofrimento, no esforço dos companheiros, treinadores e dirigentes, levando a Equipa a vencer todos os obstáculos.”
Espero que tenham gostado, pois é uma boa mensagem.
Obrigada a todas as atletas que sentem na pele o que é estar no banco e mesmo assim, não desistem de lutar.
8 comentários:
Adorei este texto!!!
Se uma equipa não tiver homens de banco, o iceberg fica pequeno na base e grande nas pontas, para se manter equilibrado é um problema...
Mas quando tem a base igual às pontas.... mesmo se desse uma cambalhota e ficasse ao contrário, a equipa adapta-se e continua a lutar sempre!!!
A SIMECQ é o maior iceberg de todos!!!
=D
Ana
No Basket então o que seria de uma equipa sem banco...não que eu intenda muito do assunto...
Muito bom o artigo! Grande treinadora tem a SIMEQ!
Tiago
É pena k todos estes textos não façam pensar em nada a pessoa k as publica...é com muita pena k vejo uma equipa com boas jogadoras mas em que a treinadora faz de tudo para ganhar, nem k isso implique o seu próprio prejuizo...pode parecer k não mas as miudas é k no futuro vão sofrer as consequencias...veremos quantas destas jogadoras serão realmente jogadoras de basket...
Não assino porque apenas quero deixar k a treinadora reflicta e pense em como tem pautado a sua actuação e não pense nisto como um ataque pessoal.
PS - como sei k gosta do professor Olimpio Coelho aconselho o livre Pedagogia do Desporto, Livros Horizonte...
Saudações Desportivas
Respeito todas as opiniões e a prova é que publiquei a sua, mas era muito mais benéfico para a equipa fundamentá-la. Estou aberta a opiniões desde que sejam para melhorar o meu desempenho. Faço o melhor que sei, a troco de nada, ou aliás, a troco de muitas noites sem dormir e muito pouco tempo para dedicar a mim e à minha família. O mais importante para mim não são as vitórias, mas sim a evolução das minhas atletas. Essa é a verdadeira vitória. Troféus servem para ganhar pó. Quanto ao número de jogadoras que serão realmente jogadoras, o tempo o dirá e nisso estou mais optimista que o(a) leitor(a). Obrigada pelos conselhos.
PS - A SIMECQ tem falta de treinadores e pessoas com pedagogia são sempre benvindas ;)
Independentemente de concordar ou não com o conteúdo, nunca gostei de comentários escudados no anonimato!
Relativamente ao conteúdo, não concordo mas também respeito todas as opiniões desde que tenham um espírito construtivo! Também gostaria de ver esta opinião fundamentada e melhor explicada pois, não sei se por incapacidade minha, não percebi muito concretamente o que quer dizer!
De qualquer maneira fico contente por saber que este "anónimo" acompanha a equipa de cadetes que é sem dúvida uma grande equipa e em que a evolução individual e colectiva tem sido muito visível!
Viva a Simecq!
Filipa Santiago
Obrigada Filipa. Eu também fiquei sem perceber quais os motivos deste ataque pessoal anónimo. Pode ser que o anónimo ganhe coragem para explicar melhor as razões de tal acusação. Também concordo em relação à evolução visível, quer individual, quer colectiva desta equipa e ontem a atitude da equipa foi mais uma prova disso. Temos uma grande equipa, não apenas um conjunto de boas jogadoras por muito que isso possa incomodar muita gente.
Viva a SIMECQ!
Existe um provérbio chinês que, me parece, definir bem qual a intenção do comentário da anonima(o)
"O cão não ladra por valentia e sim por medo"
O Iceberg chamado EQUIPA de Cad.F da SIMECQ está realmente muinto forte não vão ser estes comentários "anonimos" a provocar qualquer fenda.
Parabens
SRua
Eu não concordo que "a treinadora faz de tudo para ganhar, nem k isso implique o seu próprio prejuizo". Por várias razões: já perdemos algumas vezes e não desistimos; não há recurso a coisas não desportivas nem das jogadoras nem dos treinadores, toda a valia se vê dentro do campo; a qualidade existe e é mérito de toda a equipa; e desejar o melhor para a nossa equipa não significa desejar o pior para as outras, pelo contrário. Há sem dúvida uma competição, mas não me parece que o primordial desta equipa seja vencer todos ou ganhar tudo (e que gozo isso tem?) mas sim demonstrar em campo o Potencial existente. É por haver Portencial que existem expectativas de muitos adeptos. Se fossem os meros resultados (por um mau momento da equipa adversária, por erros de arbitragem, etc), seria algo muito frágil e transitório. Se concordarem que existe Potencial, então vai haver desempenho futuro das jogadoras! Não só vão continuar a ser jogadoras como boas jogadoras e unidas (e se pensarmos apenas em jogar, eu também jogo, mas tão mal, tão mal...)
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